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quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Infância

Autora: Ana Lucia de Sousa Machado

Somos aquilo que pensamos, mas o que pensamos pode ser manipulado pelas nossas simpatias e antipatias. O nosso querer, pelo bem ou pelo mal, tem origem no nosso prazer ou desprazer que, segundo Freud, se formou na nossa infância e na relação com nossos progenitores. Nossos pais, por sua vez, têm suas histórias escritas com influências de seus respectivos pais.


Então, posso inferir que somos governados pelos símbolos gerados na infância e que, por uma lei genética ou espiritual, não podem ser manipulados, posto que foram gravados em um "disco virgem e com sistema de bloqueio". Mas, percebo que o Ser Humano é mestre na Arte da Mentira ou, eufemisticamente falando, mestre na arte da ilusão e da auto-ilusão.

Vamos falar de ilusão!

A maior ilusão é o casamento de conveniência. Enquanto o símbolo do casamento deveria ser o da união dos corpos, para a formação de um novo ser, com uma infância bem ou mal vivida, com formação de símbolos que governassem a história desse novo ser, esse casamento de conveniência reduz o símbolo a uma cópia mal feita, em que o resultado é um corpo com duas cabeças.

Abro um parênteses:

Acredito que meus pais conseguiram formar um novo ser, quando do seu casamento, mas, como os seus símbolos matrimonias iniciais foram criados quando suas mentes humanas falíveis ainda estavam em formação, atribuo o aparente fracasso da relação matrimonial, à falência natural dos derivados dos seus símbolos. Particularmente, não vejo a separação de meus pais como um fracasso e sim como a passagem para o que, hoje, eles criaram: uma relação sólida de amizade que, acredito, será eterna.

Vamos falar de símbolos!

Os símbolos são falíveis, porque são criados por mentes humanas falíveis. E tudo que é criado por humanos, por força dessa natureza, se encaminha para o finito. Isso acontece porque amarrarmos o símbolo a um ser que morre.


Se lembram que comecei falando da história do ser que é formado pela influência da história de um (ou dois seres) que o gerou e formou?! Se continuarmos voltando nos antecedentes da história de cada ser, onde você acha que esse antecedente do antecedente do antecedente vai dar?


Talvez seja comprometedor acreditar num ser fantástico. Mas, se retroagirmos no tempo, vamos lembrar que, na nossa infância, acreditávamos que nossos pais podiam tudo. Na verdade, se pensarmos bem, eles conseguem fazer coisas que outros, que não são pais, não têm coragem, ou precisão, de fazer. Isso só vale para os pais que verdadeiramente amam seus filhos!


Por que não poderíamos projetar esse momento para o resto de nossas vidas, e ampliar o conceito, acreditando num Ser Fantástico que nos protegesse de todo mal e, ainda por cima, nos transformasse em seres iguais a ele próprio?!


Infelizmente, ou felizmente (não sei determinar), só conseguimos desenvolver essa necessidade de amarrar nossos símbolos de vida a esse Ser Infalível, quando estamos no fundo do poço ou, em outras palavras, quando saímos da freqüência das cores e dos sons que povoam nosso cotidiano normal.

Vamos falar de vida!

A melhor forma de viver é o viver em harmonia. Porém, alguns grupos de pessoas estão freqüentemente ligados a acontecimentos violentos e desarmônicos. Talvez seja o fato de terem sido gravados na sua infância símbolos que coloquem, em primeiro lugar em suas vidas, necessidades que geram morte em vez de vida.


Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, é o maior mandamento (conceito) que deveria ser ensinado, quando somos crianças e nossas células nervosas estão protegidas das manipulação dos conceitos, porque seria o primeiro conceito gravado no "disquete virgem" e que estaria atrelado ao melhor símbolo-ser que existe e que não morre.

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