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sábado, 9 de março de 2013

A HISTÓRIA DE ANTÔNIO: MEU AVÔ PATERNO JOSÉ ANTÔNIO DE SOUZA MOREIRA



A HISTÓRIA DE ANTÔNIO: MEU AVÔ PATERNO JOSÉ ANTÔNIO DE SOUZA MOREIRA


ANTÔNIO DE SOUSA COSTA

 


 

E meu avô José Antônio de Souza Moreira foi crescendo sempre misturado aos escravos do avô dele. Com a morte de José de Souza Moreira, a Fazenda foi repartida entre os filhos. Para Severina, que era a mãe de meu avô José Antônio, o que tocou pra ela, ela deu para os filhos.

 

Meu avô José Antônio de Souza Moreira já era casado com Maria Francisca da Conceição, a vovó Chiquinha, que era descendente da família Costa. Depois que Severina repartiu a herança que recebeu entre os filhos e filhas, a parte que lhe coube da Fazenda de Laranjal, meu avô e um de seus cunhados fixaram residência em uma encosta de morro, em um lugar onde embaixo passava um córrego d’água. Meu avô tinha a sua residência um pouco abaixo do córrego d’água, e mais embaixo ainda morava o cunhado de meu avô, o que era casado com a irmã chamada Ana. Meu avô era muito trabalhador e formou uma bonita lavoura de café.

 

O cunhado de meu avô querendo fazer um moinho de pedra para moer milho, como não tinha alturas d’água suficientes, para tocar o moinho, pediu a meu avô consentimento para ele tirar água acima da casa de meu avô. Meu avô pôs algumas dúvidas, porque o cunhado teria de arrancar alguns pés de café preciosos do cafezal de meu avô, para construir o rego d’água até o dito moinho, mas, por fim, concordou.

 

O cunhado fez o rego d’água passando acima da casa de meu avô paterno, mas, no decorrer do tempo, a água arrombava a rampa e descia, arrancando pés de café, e prejudicando até em casa de meu avô. Meu avô falava com o cunhado, mas não adiantava nada. Esse cunhado era um homem preguiçoso, desmazelado, e não se incomodava com o prejuízo que causava a outras pessoas. Meu avô já estava a ponto de fazer uma desordem, e falou com a mãe Severina: “– Mãe, já não aguento mais esse seu genro! É muito abusado. Mas, comigo, ele se engana, vou tacar nele uma facada, que ele nunca mais vai aborrecer ninguém!” Severina, que era mãe e sogra, não deixou que eles brigassem. Apaziguou os dois, mas, meu avô José Antônio não ficou satisfeito, vendeu tudo o que tinha e saiu para procurar outra propriedade.


Um comentário:

  1. Caro Alexandre...
    Que história tão comovente com um final a bem de todos, sem confrontos, claro.
    Um abraço cá deste meu Algarve.
    Obrigado pelo seu comentário no meu blog
    http://umraiodeluzefezseluz.blogspot.com

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