Quer se comunicar com a gente? Entre em contato pelo e-mail neumac@oi.com.br. E aproveite para visitar nossos outros blogs, o "Neuza Machado 2", Caffe com Litteratura e o Neuza Machado - Letras, onde colocamos diversos estudos literários, ensaios e textos, escritos com o entusiasmo e o carinho de quem ama literatura.

sexta-feira, 8 de março de 2013

A HISTÓRIA DE ANTÔNIO: MEU TATARAVÔ PATERNO JOSÉ DE SOUZA MOREIRA, UM BONDOSO SINHÔ DE ESCRAVOS EM LARANJAL NO SÉCULO XIX



A HISTÓRIA DE ANTÔNIO: MEU TATARAVÔ PATERNO JOSÉ DE SOUZA MOREIRA, UM BONDOSO SINHÔ DE ESCRAVOS EM LARANJAL NO SÉCULO XIX


ANTÔNIO DE SOUSA COSTA






 

Sobre o meu pai, José de Souza Costa, ele era filho de José Antônio de Souza Moreira. Meu avô José Antônio era natural de Laranjal, Minas Gerais, e fora criado com o avô dele por nome José de Souza Moreira. Isto porque o pai de meu avô José Antônio de Souza Moreira morreu ainda moço, e minha bisavó paterna, por nome Severina, ficara viúva com sete filhos menores. Com a morte do genro, que também se chamava José, o pai de Severina levou-a pra Fazenda, em Laranjal, para ajudá-la a criar os filhos.

 

Dos filhos de minha avó-bis Severina, vovô José Antônio de Souza Moreira era o mais velho. Nome dos homens: José Antônio, João e Antônio. Nome das mulheres: Maria do Santo (ou Dussanto), Ana, Altina e Severina.

 

José de Souza Moreira, o velho (o meu tataravô), tinha uma grande Fazenda em Laranjal, e tinha também muitos escravos. Meu avô José Antônio de Souza Moreira, ainda menino, não tendo juízo, vivia mais junto com os escravos e, quando chegava a noite, meu avô reunia-se com os escravos e ia roubar, na Fazenda, tudo de bom para comer e beber, até bebida alcoólica eles roubavam. E, assim, eles se divertiam a noite inteira, mas, quando chegava o outro dia, o velho Sinhô José de Souza Moreira dava por falta de tudo, e chamava todos à ordem.

 

O meu tataravô José de Souza Moreira, Sinhô de uma antiga grande Fazenda em Laranjal, não tinha feitor para tomar conta dos escravos. Os escravos dele, sabendo que não seriam punidos, abusavam. O meu tataravô prometia a eles punição, dizendo assim: “– Cambada de dumônios, eu vou chamar o feitor do compadre Juca Moreira para exemplar ocês!” Dizia meu avô José Antônio que os escravos choravam, pediam perdão, implorando: “– Nhô-nhô, não faiz isto!, nóis promete a Nhô-nhô que nunca mais nóis faiz isto!” O velho José de Sousa Moreira, bastante nervoso, dizia pra eles: “– Esta não é a primeira vez que ocês fazem este juramento, mas eu vou deixar passar por esta vez, mas não caiam noutra!”

 

Assim, segundo o que nos contava o meu avô José Antônio, era o natural bondoso de meu tataravô paterno José de Souza Moreira, Sinhô de escravos em Laranjal, Minas Gerais, no século XIX.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário