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quarta-feira, 20 de março de 2013

A HISTÓRIA DE ANTÔNIO: VOVÔ TRABALHANDO E VOVÓ CHIQUINHA PESCANDO NO RIO CARANGOLA



A HISTÓRIA DE ANTÔNIO: VOVÔ TRABALHANDO E VOVÓ CHIQUINHA PESCANDO NO RIO CARANGOLA


ANTÔNIO DE SOUSA COSTA

 
 
 
Rio Carangola - Minas Gerais - Brasil

 

Com a mudança de Chico de Souza para São Pedro do Glória, meu avô José Antônio não quis acompanhá-lo. Preferiu mudar-se pra perto dos filhos, que já estavam casados e moravam em Cachoeira dos Pereiras (hoje, o lugar é conhecido como Cachoeira dos Alves). Nessa época, vovô e vovó Chiquinha estavam apenas com o filho caçula, por nome Camilo de Souza.

 

Meu pai Zeca de Souza, sendo o mais velho dos irmãos, casado com Antônia, filha de Joaquim Pereira. João, casado com Maria Cotinha (talvez, o sobrenome fosse Coutinho), filha de Antoninha, irmã de meu avô Joaquim Pereira; Maria, que foi casada com Manuel Lopes, que morreu ainda moço. Maria, depois de viúva, foi pedida em casamento por um irmão de minha mãe, por nome Joantônio, e Floripes, a caçula das filhas de vovô, também foi pedida em casamento por outro irmão de minha mãe, por nome Luiz Pereira, que era conhecido por Luizinho. Ana, a filha mais velha de meu avô José Antônio, foi a primeira que se casou com José Peroba, e estava morando na Zona Norte de Minas.

 

A tia Antoninha, que era sogra de tio João Pereira, e que ainda morava em Cachoeira, deu para meu avô Souza uma casa para ele morar, o tempo que fosse preciso, juntamente com sua família. Eu tenho ainda recordação da casa em que meu avô morou. Era uma casa modesta, de chão batido, parede de pau a pique, barreada com barro. Mas, ali, minha avó Chiquinha vivia muito contente, pois, perto, passava o rio Carangola, que era rico de peixes, e minha avó Chiquinha gostava de pescar. Todas as tardes, vovó Chiquinha tava na beira do rio pescando. E vovô José Antônio, que ainda tinha muita disposição para o trabalho, como ficava bem perto da Fazenda de tio Bastião Alves, vovô trabalhava diariamente para tio Bastião Alves, que tinha uma grande turma de trabalhadores de empregados, e os filhos, que eram também muito trabalhadores.

 

Os filhos de tio Bastião Alves tinham grande consideração por meu avô. Eles trabalhavam brincando, caçoando, o dia todo. Nas roçadas, o trabalhador tinha que ter a foice bem afiada. Aquele que não amolava a foice era castigado pela turma, os companheiros jogavam pau em cima dele. Na plantação de milho ou feijão, era dez litros de sementes para duas pessoas plantar; era a tarefa, quando acabasse o dia, tava ganho. E, assim, vovô José Antônio de Souza Moreira trabalhou na Fazenda de tio Bastião Alves por muito tempo.

 

Dali, da Fazenda de tio Bastião, vovô foi pra Fazenda de Chico Victor, pra tocar lavoura à meia. Também esta casa, que vovô morou nela, ficava pouco distante do rio Carangola, e vovó, sempre que tinha um tempinho, ficava na beira do rio, com o cachimbinho na boca. Vovó Chiquinha gostava de fazer guisado, e a comida tinha que ter bastante tempero, tinha que ser saborosa, por isso, era considerada uma boa cozinheira. Vovó sempre tinha, no fundo da lata de gordura, um bom pedaço de carne reservado. Da casa de vovó Chiquinha até a nossa casa não era muito longe, só tinha que virar um morro e chegar em nossa casa. Por isso, não precisava de companhia para vir em nossa casa.

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