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sexta-feira, 12 de abril de 2013

A HISTÓRIA DE ANTÔNIO: MEU AVÔ PATERNO JOSÉ ANTÔNIO DE SOUZA MOREIRA E O CASO DO HOMEM PRESO NO MONTE DE CUPIM



A HISTÓRIA DE ANTÔNIO: MEU AVÔ PATERNO JOSÉ ANTÔNIO DE SOUZA MOREIRA E O CASO DO HOMEM PRESO NO MONTE DE CUPIM


ANTÔNIO DE SOUSA COSTA

 


 

Passamos, agora, a falar sobre o passado de meu avô paterno José Antônio de Souza Moreira. Vovô José Antônio de Souza Moreira gostava de uma pinga, no modo do falar de agora, gostava de uma cachacinha da boa. Meu pai não bebia cachaça, e ficava muito chateado, quando vovô chegava em casa um pouco fora de seu natural. Quando vovô bebia cachaça, ficava alegre, contava tanto caso acontecido com ele e, também, com outras pessoas, tocava viola, cantava moda de cateretê, e tocava também rasgado na viola. Isto era mais só quando ele estava com o cheirinho da pinga. Meu pai ficava de cara franzida e vovô, sabendo que meu pai detestava cachaça, dizia pra mim: “– José fica de cara feia quando eu bebo cachaça! Ocê acha que o fi pode mandá no pai?” Ele dizia isto pra mim, porque eu sempre dei muita atenção a ele. E, para vê-lo satisfeito, eu respondia dando razão a ele.

 

Vovô contava muitas coisas acontecidas com ele, no tempo em que morou em Laranjal. Dizia vovô que, quando ainda morava em Laranjal, Município de Cataguases, houve uma Semana de Missões, que era para fazer crismas, de quem ainda não era crismado na religião católica apostólica romana. Os Bispos, todas as noites, faziam sermões. O povo comparecia em massa; uns, para crismar os filhos, outros, para assistirem aos sermões. Outros iam para debochar dos missionários. Quando não fosse em presença física, esses que debochavam, deixavam para a volta, quando vinham pra casa. Esses grupos de pessoas irresponsáveis eram os que mais frequentavam as festas das Missões.

 

Em uma certa noite, depois que beberam muita cachaça nos botequins, lá pras tantas da noite, voltaram para a casa fazendo bagunça, gritando, desafiando todos os moradores daquela região. Em certo momento, um deles lembrou-se dos bispos, e subiu em cima de um cupim, e começou a fazer discurso, imitando os bispos. Sem ele esperar, o cupim abriu-se ao meio e prendeu ele até a cintura. Dizia vovô que ninguém conseguia tirar o homem que estava preso no monte de cupim.

 

Depois de muito pelejar, para tirar o homem que estava preso no monte de cupim, um deles deu um palpite: “– Quem sabe, se agente chamasse o Bispo, para vir aqui? Assim talvez, ele tirava o fulano de dentro do cupim!” E, assim chamaram o Bispo para tirar o homem que estava preso no monte de cupim. O Bispo chegou, fez uma benzição, e o monte de terra de cupim abriu-se, mas, o homem estava morto. Os cupins atacaram as partes de seu corpo que estavam dentro da terra.


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